domingo, 28 de dezembro de 2008

Sex And The City S2E01 - Take Me Out To The BallGame

Quando em uma relação sabemos o momento certo de colocar um ponto final? Haveria um momento realmente certo para colocar esse ponto?Exclamações, interrogações, e vírgulas, são sinais essenciais para a construção dessa narrativa que um dia sempre chega ao fim, e quando isso acontece, temos que sofrer para esquecer alguém, ou será melhor ignorar a depressão e voltar ao jogo?

Esse é o dilema pelo qual a Carrie Bradshaw passa no começo da segunda temporada de Sexy and the City após o término do namoro com Mr. Big, e certamente você já passou por isto.

Eu já passei sete vezes por essa situação, e mesmo com a experiência adquirida, nem sempre é simples virar a página e começar tudo novamente.

Estava há quase dois anos solteira, curtindo a vida a mil por hora, fugindo de relacionamentos o máximo que eu podia, tudo ia funcionando muito bem, até uma certa noite de cervejas e crise alérgica.

No dia anterior havia ficado com um cara, e tinha combinado de sair com ele no dia seguinte. Era aniversário de um amigo meu, havia prometido a ele que daria uma passada por lá, e promessa é promessa. Durante todo o tempo fiquei de olho no meu celular esperando a ligação do tal cara que eu tinha ficado na noite anterior, mas não sabia eu que aquele vestidinho vermelho de bolinhas brancas iria marcar novamente a minha vida.

Por sinal, esse vestido tem muitas histórias... Eu o comprei para meu aniversário de 19 anos que seria em uma festa à fantasia, mas acabou dando o ar da sua graça no Bar da Meladinha – na época, meu bar favorito - a partir de então, todas as vezes que usava esse vestido algo muito bom acontecia, ou o role era o mais divertido de todos, ou eu ficava com alguém, é claro que muitas vezes ele falhou, mas não nesse dia.

Quando estava a caminho do banheiro, eis que algo totalmente inesperado acontece: um cara me aborda e me pede um beijo, na verdade, me diz um oi, e tasca um beijão. Completamente desconsertada, fujo daquela situação e volto para onde estava sentada. Lá pras tantas, rola um segundo beijo, e apesar do beijo ser bom, não tirava o outro cara da minha cabeça, e pra completar a confusão, ninguém podia sair da festa porque estávamos trancados, visto que, o portão quebrou, e como diria um amigo meu: terror e pânico pra tudo que é lado.

Assim que todo o terror passou, voltei para minha casa, tomei um banho, jantei, troquei de roupa, fui assistir seriado, do nada o telefone toca, e o coração acelera, pensava que era a tão esperada ligação, mas não, era o tal rapaz com que eu tinha ficado me ligando, e olhe que eu nem tinha dado meu telefone. Mais tarde descobri que ele não só havia descoberto meu número, como também onde eu morava, e assim veio me buscar para sair, e não paramos por um bom tempo, até que esta história como toda e qualquer narrativa teve seu ponto final.

Carrie me mostrou nesse episódio cinco regras e um fim de relacionamento:

Regra de separação número um: destrua todas as fotos nas quais ele saiu bem e você parece feliz.

Regra de separação número dois: Minta, é mais fácil do que admitir que foi por causa dele que você chamou alguém pra sair e gastou uma fortuna com uma roupa para ir a um evento onde ele iria.

Regra de separação número três: se não estiver emocionalmente pronta não entre em nenhuma loja.

Regra de separação número quatro: nunca pare de pensar nele nem por um momento porque é aí que ele vai aparecer.

E finalmente a regra de separação número cinco, e a mais importante de todas: não importa quem partiu seu coração ou quanto tempo levará para curar, você nunca poderá superar isso sem os seus amigos.

E foi assim, simplesmente seguindo a regra número cinco que o ponto final tornou-se apenas um ponto final como este aqui.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

How I Met Your Mother S01E21 Milk

Não, nós não estamos em 2030 e vocês não são meus filhos e eu não vou contar como eu conheci a mãe de vocês, mas esta história me lembra muito um episódio da primeira temporada de How I Met Your Mother, e vocês vão gostar dessa história

‘Há certas coisas na vida que você sabe que é um erro. Mas você realmente não sabe que é um erro. Porque a única forma de saber que é um erro, é cometer um erro. Olhar para trás e dizer: Sim, aquilo foi um erro. Então, realmente o maior erro seria não cometer o erro.Porque então vai passar a vida inteira sem saber se alguma coisa foi ou não. E eu quero cometer esse erro’.

E sim, eu cometi esse erro. E o pior, esse erro tinha nome, e, diferentemente da tentativa de oito meses para o lance entre Ted e Robin dar certo, a minha tentativa durou seis anos! Seis anos! Mas vamos à história.

Era 17 de abril de 2003, eu tinha 15 anos de idade, estava num role regado a muitas conversas e muita bebida, muita cana pra ser sincera, e muita gente. Nunca tinha saído realmente para beber, mas naquele dia eu queria fazer isso, na verdade, eu realmente queria era fazer parte do grupo, e se eu já tinha vivido experiências alcoólicas só por viver, por quê não beber um pouco com esse pessoal que parecia ser interessante? E lá fui eu cair de cara com a loucura acompanhada da cachaça.

No meio de toda a loucura, eis que tinha um cara: branco, dos olhos verdes, cabelo preto, 1.70 de altura, sardas no rosto, incrivelmente charmoso, e eu, incrivelmente bêbada joguei todo o meu charme pra ele, e advinha só: funcionou! Claro, ele também estava incrivelmente bêbado também [risos] E duas pessoas incrivelmente bêbadas quando juntas, incrivelmente fazem merda, a tal merda me fez voltar pra casa sem as chaves e levar um grande sermão da mamãe.

No dia seguinte eu sabia que precisava falar com aquela pessoa sobre o acontecido, e sobre o que eu gostaria que rolasse, e esse foi o erro número um de toda a história, acabamos nunca mais ficando, e na verdade, nunca mais nos vimos.

O ano foi passando, e eis que de repente, chegamos ao reveillon daquele ano. Ponta Negra.Muitos amigos.Muita areia. Muito mar, e lá estava eu de cara com a loucura novamente, acompanhada da cachaça novamente, e ahhhhhhhhh, incrivelmente bêbada.

E advinha só? No meio de toda a loucura, eis que tinha um cara, um cara incrivelmente bêbado também, isso lhe parece familiar? Yeah? 17 de abril? Cara branco, dos olhos verdes, cabelo preto, 1.70 de altura, sardas no rosto, incrivelmente charmoso?Mas não, não era aquele cara, era um outro cara, e sem sardas, e sem olhos verdes, e sem o incrível charme, mas ele definitivamente tinha seu charme, completamente de 17 de abril, mas tinha.

Beijo vai, beijo vem, uma dose aqui, outras ali, 2003 indo embora, ano novo chegando, e advinha só quem aparece incrivelmente bêbado? Não, não era aquele cara, era um grande amigo meu, mas advinha só quem estava com ele, é aquele cara, 17 de abril, e pense numa situação chata, por um lado eu queria pular nos braços dele e dá-lhe um grande beijo, por outro eu não sabia realmente o que fazer, ainda mais porque eu estava acompanhada, e bêbada, e assim eu cometi o segundo erro desta história, dei um grande abraço nele e disse em seu ouvido: gostaria de estar com você essa noite. [Pausa]

Mano, precisava disso?! Claro que a resposta é não, mas vamos em frente. Depois dessa noite eu passei 912,5 dias acompanhada de 31 de dezembro, e toda vez que eu encontrava 17 de abril era uma situação chata, ou ele dava em cima de mim, ou eu ficava me segurando para dar em cima dele. Fato é que, eu fiquei solteira, e assim, eu e 17 de abril nos demos uma chance. Duas. Três. Quatro. Cinco. Inúmeras chances. E tentativa após tentativa eu tinha a certeza: nunca haverá eu e 17 de abril, apenas eu e a ilusão de ter 17 de abril.

Acabei desencanando completamente dessa história irreal, e assim, dois anos depois, eu com vinte quilos a menos, agora, lindos e ruivos, e claro, solteiros, advinha só quem vem bater em minha porta perguntando se eu estava disponível? É. 17 de abril. Eu quis tentar novamente, em memória dos velhos tempos, mas simplesmente surtei, e caí fora, eu não queria reviver aquele passado, queria novas histórias, novas aventuras, novos erros, e assim, eu segui em frente, e assim eu estou seguindo em frente.E por quê eu tive que esperar seis anos pra descobrir isso? Isso eu não sei, só sei que agora posso olhar para trás e dizer: Sim, aquilo foi um erro, um grande erro.

The L Word S02E11 Loud and Proud

Alguém que por acaso está lendo isso já assistiu The L Word?! Bem, se eu tivesse que ser uma das personagens, definitivamente seria a Shane. Ela é daquele tipo de pessoa durona que resolve seus problemas sozinhas sem compartilhar mesmo com os mais próximos, e se ‘mais próximo’ lhe remete à família, você está errado, os mais próximos são os amigos, até porque Shane não é lá muito uma garota de família, assim como eu. Shane também é uma daquelas pessoas que fogem de relacionamentos, mas tudo isso vai bem até que ela se vê como uma pessoa estranha sem sentimentos e que no fundo todos só conhecem como a garota das baladas, e aí tudo muda, e ela começa a ser uma pessoa sincera.

Sempre cometi sincericídio, e nessas sempre me ferrei, e a maneira mais fácil de lidar com a situação foi me fechar para evitar futuros machucados oriundos da mesma situação.

Mas eis que dia desses respondendo a um e-mail de uma amiga eu percebi o quanto eu havia me tornado uma completa estranha para meus melhores amigos, e o pior, uma estranha para mim, e meu, ninguém quer ser um estranho pra ninguém, muito menos para si.Foi ae que eu pensei que no dia da minha morte as pessoas compareceriam ao meu enterro lembrando de mim como ‘a garota das baladas’, e apesar de saber o quanto essa lembrança pode ser das boas, eu preferiria saber que as pessoas gostavam de mim pelo que eu realmente era.

E o que eu realmente sou? Bem, não sei. E talvez vá ainda demorar muito, a saber. Mas à medida que eu vou assistindo seriado, e vendo histórias que lembram a minha, mais eu as quero compartilhar, pois vejo o quanto elas são engraçadas, e assim, querendo compartilha-las é que lhes chamo para entrar nesse meu mundinho bizarro que mais parece um grande seriado

Até o próximo episódio.